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O preço de uma decisão

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Quem está no comando, seja na iniciativa privada ou no setor público, sabe dos riscos de uma decisão. Assim como tudo pode dar certo e o administrador ser reconhecido por sua habilidade de tomar decisões acertadas, tudo pode dar errado e ele amargar os resultados desastrosos.

O que separa o sonho do resultado é a decisão, se ela será exitosa ou não, só o futuro dirá. Por óbvio que qualquer gestor gostaria de ter bola de cristal para antever o futuro e com isso não desperdiçar tempo, nem recursos. Até porque, se o resultado negativo for para a esfera privada, o dano será no bolso do administrador, porém, para o setor público, o prejuízo será de toda a população e seus reflexos podem se estender por anos.

Não há como negar que muitos resultados negativos são frutos de ações fundamentadas na arrogância, precipitação e/ou autoafirmação. Decorrem de pessoas que agem por impulso, subestimam a opinião dos técnicos, não analisam as opiniões contrárias, não pensam a longo prazo. No entanto, essas características não são facilmente dissimuladas e os detentores de tais desvios de comportamento são logo desmascarados e rejeitados. O equívoco está em pensar que todos os gestores públicos que tomam decisões contrárias às minhas opiniões são arrogantes e incompetentes.

Pela certeza da impossibilidade de prever o futuro, também, não podemos ser tão simplistas e julgar que o fracasso de uma decisão é resultado da incompetência do administrador. É fácil ser o guru do dia seguinte e usar o chavão "eu sabia", difícil é deliberar sobre a vida de milhares de pessoas. Hoje, os governantes, além de enfrentarem a grande instabilidade política e econômica, lutam contra o tempo, a demora na tomada de decisões pode aumentar os prejuízos ou desencadear insegurança. Como saber o momento certo? Como saber se é melhor agir ou esperar? Qual é a fronteira entre a rapidez e a precipitação? Impossível saber a resposta.

O que precisa ser considerado é que, na atual conjuntura, até mesmo o melhor dos melhores gestores, não tomará decisão perfeita, pelo simples fato de que ela não existe, ainda mais diante do cenário mundial, impactado pela pandemia. Contudo, o que não pode ocorrer é o gestor se omitir frente aos desafios quotidianos, pois, a falta de decisão poderá ter um custo muito maior do que uma deliberação não tão adequada. Qualquer definição ou medida adotada terá consequências e sempre existirão os impactados negativamente.

O importante, no atual momento, seja no âmbito público ou privado, é o gestor estar atento às orientações técnicas, mas, também, às reivindicações da população e, principalmente, às opiniões contrárias. É no embate que os fatos são melhores analisados e se adquire a certeza de que a opção escolhida está correta ou se reconhece o equívoco, o que sempre possibilita a redefinição. No mais, é exercitar a empatia, a capacidade de diálogo e se cercar de pessoas com conhecimento técnico que auxiliarão na tomada de decisões mais fundamentadas. Ao não gestor cabe respeitar e cumprir as decisões das autoridades, principalmente na esfera pública, pois, quem está no comando foi eleito democraticamente

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